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Por que o Bitcoin caiu? Parte da culpa pode ser de robôs; entenda

Os bots, como também são chamados, negociam com base em dados coletados automaticamente, e estariam influenciando o preço do ativo digital nas madrugadas

 Equipe InfoMoney

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O Bitcoin (BTC) passa por constantes oscilações durante o dia, mas o sobe e desce de preços nas madrugadas é ainda mais intenso. Parte da culpa pelo tumulto, segundo especialistas consultados pela Bloomberg, é dos protocolos de negociação automatizados, que reagem à movimentação nos ETFs (fundos de índices) dos Estados Unidos com exposição direta à criptomoeda.

Esses protocolos de trading automatizados, também conhecidos como bots ou robôs de negociação, são softwares projetados para executar compras e vendas automáticas com base em instruções pré-determinadas. Na prática, eles captam dados dos ETFs após o fechamento das negociações dos EUA, afetando a vida dos traders que negociam cripto na Ásia, por exemplo.

Lembrando que o trade de criptomoedas, diferente das bolsas de valores, funciona 24 horas por dia e sete dias por semana.

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“De uma perspectiva de negociação algorítmica, os bots podem basicamente coletar automaticamente esses dados e comprar e vender com base nisso”, disse Shiliang Tang, presidente da empresa de trading Arbelos Markets. “Parece que é basicamente isso que está acontecendo.”

Um lote de ETFs à vista Bitcoin foi lançado em 11 de janeiro nos EUA, captando US$ 12 bilhões líquidos até agora. O ritmo das entradas atingiu o pico na primeira quinzena de março, quando o Bitcoin atingiu um recorde de US$ 73.798. Os fundos de índice registram alto volume de saídas líquidas desde então, o que fez a principal criptomoeda do mercado cair 11% em relação ao pico histórico.

Este padrão de fluxos ajuda a explicar por qual motivo os retornos na madrugada foram “particularmente fortes em fevereiro e no início de março, mas menos no final de março”, disse Tang.

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À medida que os protocolos algorítmicos descartam o Bitcoin, isso pode ter um efeito indireto no mercado de derivativos. Dados da plataforma Coinglass mostram que cerca de US$ 354 milhões de posições compradas (que apostavam na alta da cripto) foram liquidadas ontem, o maior valor em cerca de duas semanas.

Cerca de 5,5% da circulação total das 19,6 milhões unidades de Bitcoin são mantidos por gestoras de ETFs, contra 1% do ouro, escreveu Charlie Morris, diretor de investimentos da ByteTree Asset Management, em uma nota. “Os fluxos de ETF são, portanto, mais importantes para o Bitcoin do que para o ouro”, disse ele.

O Bitcoin encerrou a última semana negociado na faixa dos US$ 67 mil, segundo o agregador CoinGecko. Além do aumento de saídas nos ETFs, o recuo também é uma reação à incerteza sobre a política monetária dos Estados Unidos. Após a divulgação de dados recentes da indústria e da inflação, um diretor do Federal Reserve (Fed) sinalizou que o primeiro corte deve ocorrer apenas no 4º trimestre.

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O BTC valorizou 135% desde abril de 2023, quando iniciou sua recuperação após um período de queda de preços. A cripto recuou nos últimos dias, mas a expectativa no médio e longo prazos continua otimista, principalmente por causa do halving, um evento quadrienal previsto para este mês que corta pela metade a emissão da moeda é visto como suporte para o preço.

“Normalmente, os mercados têm aproveitado o fluxo dos ETFs”, disse Jakob Kronbichler, cofundador do mercado de crédito descentralizado Clearpool Finance. “Além disso, tem havido muito entusiasmo nas últimas semanas, e a correção é natural para o mercado respirar um pouco.”

(Com Bloomberg)

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