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“Vol é Vida”

Dia de muitas idas e voltas, com mais voltas do que idas.
Por  Alexandre Aagesen
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Risco é o que sobra depois que você (acha que) já pensou em tudo. Ontem foi dia de volatilidade. Realizada, implícita, em zig-zag, trás para diante, ponta cabeça. Vamos começar lá por fora. Era um dia normal, até que ligeiramente positivo, quando umas 15:30, de repente virou. Petróleo, Ouro e Vix dispararam, bolsas derreteram e até os jornalistas estavam procurando a notícia que causou tudo. Iria demorar uns 20 minutos de indecisão até aparecer o relatório da CIA (ela mesma) com ameaças iranianas à Israel. O leitor atento vai se lembrar do ataque (provavelmente) israelita ao consulado iraniano na Síria mais cedo na semana. Não veio um ataque iraniano ontem, mas foi “prometido” para as próximas 48 horas. Boa sorte dormindo posicionado hoje. Para piorar, um pouco antes disso, o Kashkari, do Fed, estava argumentando publicamente sobre a possibilidade de não cortar juros algum esse ano.

Aqui, onde temos palmeiras onde cantam os sabiás, a escolhida foi a Petrobrás. Já tinha movimentação estranha no papel há alguns dias. Um volume anormal de opções de compra fora do dinheiro desde o começo da semana, e o papel abriu subindo forte ainda ontem (a CVM já está investigando tudo isso). Mas por volta das 11hrs, pipoca um rumor de que Aloísio Mercadante assumiria a presidência da estatal no lugar de Prates. O papel derrete. Uma hora depois, a notícia (que esse movimento atípico de calls deveria estar esperando) surge n’O Globo: o Governo teria entrado num acordo para efetivar um pagamento de dividendos extraordinários. O papel dispara de novo. Ao longo da tarde, entre idas e voltas, o papel cede mais uma vez. Quem ganhou dinheiro era quem tinha comprado opções, independentemente de ser calls ou puts. A vol implícita do papel disparou e quem estava long vega, ganhou muito dinheiro. Quem quebrou a cara (ainda não, mas tem grandes chances), foi o Prates. No meio do dia fez piadinha de que estava saindo da Petrobrás “pra ir pra casa” e voltaria dia seguinte “pois estava com agenda cheia”. Agora tem uma reunião com o Lula na segunda e talvez esteja com agenda vazia na terça, e nem sabe ainda.

Nesse clima de “Lá e de volta outra vez” digna de qualquer Bolseiro, vamos aos (muitos) assuntos que você precisa acompanhar hoje. Iniciemos com ele, o Cristiano Ronaldo do mercado; A Beyoncé de Wall Street; O Leo DiCaprio das bolsas: Non-Farm Payroll. Sai agora cedo e está todo mundo olhando. Tem também a relação de Biden com Netanyahu com alta vol, com EUA cobrando oficialmente mais cuidado com os civis em Gaza. Ainda Biden tentando reduzir vol com China, falou ao telefone com o Xi e mandou a Yellen para lá. E aqui na América Latrina – ops, typo, Latina – onde Vol é Vida há muito tempo, temos (mais um) presidente quase caindo no Peru e Argentina surpreendendo positivamente o FMI. Raro ver as palavras “Argentina”, “Surpreendendo” e “Positivamente” na mesma frase, eu sei, mas “Argentina” e “FMI” é bastante comum.

Ficou com alguma dúvida ou comentário? Me manda um e-mail aqui.

Alexandre Aagesen  Com mais de 15 anos de mercado financeiro, é CFA Charterholder, autor do livro "Formação para Bancários", host do podcast "Mercado Aberto" e Investor na XP Investimentos

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